Cobertura fotojornalística em Filipinas: a dignidade humana também vale para aqueles que morreram

Resumo: Tanto Immanuel Kant quando a Declaração dos Direitos Humanos já colocava a dignidade humana como algo intrínseco à característica do ser humano. Porém, com o advento e consolidação da imprensa, muitas vezes essa característica não é tão respeitada. Esta análise visa elencar como o fotojornalismo exercido na cobertura da campanha de antidrogas em Filipinas fere com a dignidade humana das vítimas e familiares que vivenciaram tal contexto.

Palavras-chave: Dignidade humana; fotojornalismo; Filipinas; imprensa; responsabilidade.

Introdução

Em 1948, a Declaração dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas, colocou em evidência o termo ‘dignidade humana’ quando o apresentou como característica humana que está na base para assegurar todos os direitos essenciais a qualquer ser humano.

Ainda sobre esse conceito, Immanuel Kant, respeitável filósofo alemão, explica a dignidade humana como o ato de não coisificar ou instrumentalizar determinado indivíduo (DUARTE, 2005, p.18), ou seja, o ser humano não deve ser visto, em momento algum, como um meio para realizar determinada ação. Porém, na cobertura realizada pelo fotojornalista Daniel Berehulak em Filipinas, acerca da campanha antidrogas que ocorria no país, o que se observa é o oposto.

Como uma maneira de escancarar os horrores que a população filipina vinha enfrentando — em uma tentativa do governo autoritário de Rodrigo Duterte para erradicar o narcotráfico do país — algumas das fotos, produzidas e publicadas no renomado jornal americano The New York Times, deixam de lado a dignidade humana das vítimas e familiares. O que valia era mostrar a realidade.

A análise desta cobertura tem como objetivo esclarecer como a dignidade humana daqueles que foram assassinados, e dos que estavam ao seu redor, não foi colocada em questão quando cada fotografia foi tanto produzida quanto publicada. Além disso, visa apresentar como as fotos deveriam ter sido observadas pela imprensa para então serem divulgadas.

[Confira o documento na íntegra e em seu formato original: Cobertura fotojornalística em Filipinas: a dignidade humana também vale para aqueles que morreram]